segunda-feira, 25 de outubro de 2010

De las pelotas – do retorno, após um fim de semana conturbado



Depois de um tenebroso inverno ocasionado por motivos diversos, incluindo a derrota brasileira na African Safari Cup, ocasionada principalmente pelo distúrbio mental e midiático da comissão técnica e dos jogadores; o fechamento do templo sagrado chamado Mineirão que transformou os times de BH em equipes itinerantes; o conturbado primeiro semestre cruzeirense; e o inferno astral, macumba brava, pelo qual passou o Glorioso do lado negro da lagoa, volto a despejar minhas humildes interpretações futebolísticas, neste empoeirado, porém celebre canal digital de opinião.

Pra começar queria dizer que respeito muito os Gloriosos Campeões do Gelo e que não sou adepto do escárnio em momentos de decepção clubística afetiva. Torço para o Cruzeiro desde que me entendo por gente e sou daqueles que prefiro ver meu time campeão a ver o rival rebaixado. Me sinto tranqüilo em dizer isso, pois desde o inicio alertei os riscos que o Pôjeto do Pofexô Luxemburgo oferecia e que mesmo campeão mineiro, em um campeonato que os jogadores dos azuis claramente entregaram, pela insatisfação de relegados a reserva pelo comandante Adílson, passaria dificuldades no nacional por ter desmontado toda a base, mesmo que não tão sólida, deixada pelo perseguido Celso Roth, 7º lugar do Brasileiro de 2009. Enfim, Dorival Junior vem se provando claramente um técnico, primeiramente corajoso, por ter assumido um compromisso deste quilate e tecnicamente capaz de estabilizar a casa da mãe Joana que vem sendo o Atlético do impagável Alexandre Kalil. Porém, me mantendo imune ao otimismo dos loucos atleticanos, ainda não se tornou um time maravilhoso, só vi ainda um time mais organizado e seguro pra errar e acertar, o que nos certames nacionais faz muita diferença. Como provou o Clássico, digno de letra maiúscula, de ontem, no Parque do Sábia.

Dorival Júnior, que em seu último Cruzeiro e Atlético tinha saído vitorioso por 4 a 3, pelo lado azul, em um jogo não menos memorável que o de ontem, conseguiu a façanha de enfrentar de igual pra igual o agora vice líder nacional batendo forte nos principais pontos fracos cruzeirenses, atrás da ontem displicente linha de volantes e abusando da fraca marcação dos laterais celestes, que ou estão fora de forma ou desmotivados demais pra serem campeões brasileiros. Enfim, o que mais me chamou atenção do primeiro tempo da partida nem foram os incríveis três gols da exótica figura chamada Obina, o adjetivo incrível usado pra salientar a inexistência da crença anterior desta possibilidade de acontecimento, mas foi a postura de “somos muito melhores que esses caras de preto e branco” demonstrada pelos azuis em um jogo que era fundamental na busca do título, postura que me fez lembrar os tempos de Paulo Autuori e Fábio de costas, quando os celestes tiveram não só a última derrota jogando titulares contra titulares em um clássico, mas talvez a última humilhação pública de sua história recente. Humilhação que quase se repetiu ontem, não fosse a valentia do veterano Gilberto que quando entrou deu mais confiança ao time, depois da patética cobrança de pênalti executada pelo camisa 10 da equipe e o seguido terceiro gol atleticano, conseqüência clara do baque psicológico ocasionado pela cavadinha maldita.

No final da história fica o fato de que os galináceos ganharam força suficiente pra não só saírem ilesos da briga contra o rebaixamento, como também capazes de sonhar em vencer a verdadeira briga de galo que terão contra o Palmeiras de Kléber e Scolari pela sul americana e contrariar a tendência a fracassos que segue a equipe em torneios eliminatórios. Aos celestes fica mais uma vez a lição de que jogando da maneira displicente e apática que entraram em uma partida de tamanha importância, como a de ontem, não serão campeões de coisa alguma.

Divagações finais

Entre Adilson e Cuca o melhor é o Dorival? Jonathan, será que as vaias do Mineirão estão fazendo falta? Depois de um ano como este, seria justo Atlético, Palmeiras, Goiás ou Avaí jogarem a Libertadores de 2011? Não é irônico um pênalti displicente do craque da equipe adversária favorecer Dorival Junior?