terça-feira, 5 de agosto de 2008

One, two, three, four...

O Ramones é uma banda com a qual tenho uma história curiosa. O primeiro contato que tive foi através de um disco chamado "Locolive", o mesmo é composto por mais de 30 músicas de no máximo 3 minutos, todas elas tocadas em um ritmo alucinante e precedidas pelo clássico one, two, three, four... Posso dizer que não entendi. Para mim todas as músicas eram iguais. Recebi uma bronca do meu colega pré-adolescente que havia me emprestado o disco. Passado algum tempo, quando tive noção do significado que esses caras tiveram na história do rock'n roll somado ao aumento de hormônios fui capaz de entender o som dos caras. No momento em que o rock se afastava da simplicidade e das pessoas que o tornaram realidade. Estes quatro mau-elementos do subúrbio de NY, sem saber tocar, sem saber muito menos o que queriam, além de diversão e ser como seus ídolos, surgiram com algo que aprendi a amar. Como todo produto que vem daqueles que estam marginalizados denunciou o que na época era empurrado para debaixo do tapete. Após o amor livre e o sexo, drogas e rock'n roll dos anos 60 sobrou a ressaca junk que mostrava o poder auto-destrutivo do ser humano. Transformando o junk em punk os Ramones representaram isso escancaradamente durante um longo tempo. Através de um som extremamente urbano cantaram a juventude que queria estar sedada. Conscientemente? Não sei. Acredito somente que eles são a expressão de uma máxima que trago comigo hoje: o rock'n roll e a música pop, de modo geral, quando inseridas na lógica do mercado consumidor, não são capazes de mudar o mundo, mas conseguem se configurar em fotografias fantásticas das mudanças culturais do ambiente que os cercam. Talvez isso sirva também pra arte de modo geral. Vão aqui três vídeos, um da última música do último show dos caras em 6 de agosto de 1996 em Los Angeles, Ed Wedder do Pearl Jam acompanha Joey nos vocais, os outros dois são clips de duas músicas que eu adoro: "I wanna be sedated" e "I don't wanna grow up".


Um comentário:

Júlio Costa disse...

Velho Cristiano,
Confesso que esse trem eu perdi.
Admiro a atitude dos caras e o que eles significaram, mas não fui pego pelo som deles.
Valeu a dica, fica guardada no baú de utilidades, na partição de irreverência e rebeldia.
Abraço,
Júlio