quarta-feira, 30 de julho de 2008

GILBERTO GIL NÃO É MAIS MINISTRO DA CULTURA

Gilberto Gil anunciou hoje, 30/07/08, seu desligamento do Ministério da Cultura.
Leiam mais no link http://noticias.uol.com.br/politica/2008/07/30/ult5773u18.jhtm .
Sinceramente acho que a decisão é boa, ele faz mais falta como artista.

SAVASSI FESTIVAL 2008

Uma boa dica, para quem gosta de boa música e estará em Belo Horizonte entre os dias 31 de Julho e 4 de Agosto, é o Savassi Festival 2008. Além dos shows do Jazz Clube, entre 31 de Julho e 2 de Agosto, que estão no cartaz (clicar na imagem para visualizar melhor), tem também os shows que acontecem em quatro palcos distintos, no Domingo dia 03 de Agosto entre 12:00 e 22:00, na Rua Antônio de Albuquerque entre Sergipe e Cristovão Colombo, com entrada mediante a doação de 1kg de alimento não perecível.

Haverão também o concurso Fotografe o Jazz, a Festa de Encerramento e Workshops.
Maiores informações no site http://www.savassifestival.com.br/ .

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Cultura da Fome X Fome de Cultura

Neste momento inauguro uma nova oportunidade de aprendizagem, algo que sempre procuro e me aventuro.

E isto graças ao meu muitíssimo amigo, Júlio, que me convidou a participar deste blog.

Espero ser digno e contribuir com a sua proposta original de trocar ideias, exercitar a dialética.
Por isto, esta é uma experiência nova. E como tal, está impregnada de tropeços e quedas de um iniciante. Assim, sugiro menor rigor na análise e mais compreensão com a tentativa. Daí hoje, deliberadamente, me ocuparei mais com o conteúdo, do que com a forma.


Então, gostaria de iniciar esta participação propondo um aprofundamento a um tema que é antigo, mas sempre presente: a FOME. Para tanto, sem pretensão de ser completo e pretencioso, gostaria de construir um "pano de fundo".
Hoje, ouvimos e lemos muito sobre uma crise dos alimentos no mundo. Observamos o ressurgimento da inflação, com aumento de preços nos alimentos, matérias e mais matérias em supermercados: o feijão, o arroz... cada dia mais caros.
Ao mesmo tempo, discute-se o aquecimento global,o recorde do preço do barril de petróleo, as alternativas energéticas, bio-combustível: cana-de-açúcar, no Brasil, milho, nos EUA... Ouve-se sobre a rodada de Doha, EUA acusa China e Índia de ameaçar acordos, Argentina acusa Brasil de traição...
Tema atualíssimo! Porém, há cinquenta anos atrás um brasileiro já alertava sobre o assunto. Nos convidava a repensar nosso modelo de desenvolvimento e agir: Josué de castro. Vale a pena ler matéria de Marilza de Melo Foucher, no Le Monde Diplomatique Brasil (http://diplo.uol.com.br/2008-06,a2455) sobre este brilhante pernambucano. Para quem já conhece, uma re-leitura. E para que ainda não, uma oportunidade ímpar. Nesta matéria, Foucher nos revela o caráter vanguardista de Josué de Castro que falava em acabar com a fome a partir de uma reciprocidade das nações ao invés da política colonial da metrópole. Hoje, ainda uma utopia.

Desta época surge o conceito de segurança alimentar, muito inicial e restrito à ênfase de que o país em guerra precisa ter alimento para sua população e tropas, daí o termo segurança alimentar, era a idéia de soberania militar. Desde então este conceito vem sendo aprimorado. Passou pela década de 1960/70, quando surge o termo "Revolução Verde", falácia da academia, governos e empresas de agrotóxicos, tratores e sementes, que pregava o aumento da produção de alimentos para acabar com a fome no mundo. No Brasil, foi a chamada "Modernização Conservadora": concentração da terra, expulsão das famílias do campo (êxodo rural), crédito subsidiado, tecnologias modernas (tratores, insumos químicos, sementes melhoradas), fronteira agrícola (na época o Cerrado, o centro-oeste). Era o modelo urbano industrial: a dita modernização do campo e criação de reserva de mão-de-obra na cidade para o milagre brasileiro. Foi quando cresceram a regiões metropolitanas brasileiras. São Paulo é o ícone. Na época crescer era desenvolvimento. Vimos no que deu hoje. Minha geração é filha desta época, nascido na cidade de pais e mães vindos do interior.
Voltando ao conceito, na década de 1990, surge o magnífico brasileiro, o Betinho, grande mineiro, que coloca de novo o tema em pauta: "quem tem fome, tem pressa!!!" A campanha do Betinho ganha as ruas e o noticiário. O Itamar cria o CONSEA - Conselho Nacional de Segurança Alimentar, em seguida FHC o extingue e coloca no lugar o Comunidade Solidária da Ruth Cardoso, esvazia de conteúdo e ação políca, vira terceiro setor. O governo paralelo do Lula, mantém a chama acesa e formula um programa voltado para o tema. Em 2003, lança o Fome Zero, "um tiro no pé", muito slogan e pouco conteúdo, naufragou!!

Não obstante, apesar do fome zero, muito foi construído, por pessoas e movimentos sociais, no Brasil e no mundo, o conceito foi aprimorado:
"Considera-se Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável - sigla SANS - a garantia do acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, com base em práticas alimentares saudáveis, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis, sem comprometer o acesso as outras necessidades essenciais. "Fonte: CONSEA/MG.
Eu, como agrônomo, há 15 anos, atuo junto a movimentos sociais e ONG engajadas na discussão de um novo modelo de produção agrícola, no campo e na cidade, debatendo e agindo inspirado neste conceito aí. (Veja que sou daqueles que acreditam em utopias. Como dizia Cazuza, nada como uma ideologia para sobreviver). Sempre me perguntando o que podemos fazer para resolver o problema básico, a fome. Seja na cidade ou no campo. Aí atuo ideologicamente e profissionalmente no tema.
Mas, como viver e buscar o novo é ter o foco na dialética da construção. Vivo cá com as contradições desta busca: as minhas e as da nossa sociedade. Daí armo minha metralhadora, miro no alvo, as vezes acerto no que quero, mas também no que não quero e onde nem imagino!

Como o lema do blog é "Do seio de estúpidas montanhas, o Oráculo das Perguntas sem Resposta. Aonde vale mais o viajar do que o destino. Trazendo as boas novas e passando o ferro nas velhas".

Então lá vai provocação de debate... "viva o bom combate"...
Ora, mas nunca se produziu tanto, nunca se consumiu tanto... E a fome permanece...
Nestes últimos cinquenta anos, as mudanças na estrutura agrária do Brasil foi imensa. O tema já é muito conhecido, não vou repetí-lo. Mas podemos perguntar aos nosso pais ou mesmo nos lembrar, que há algumas décadas atrás, a diversidade de possibilidades de aquisição de alimentos era muito menor. Atualmente temos, durante todo o ano, possibilidade de consumir frutas, legumes, embutidos, doces, ..., os mais variados.

Paradoxalmente, me aparece, que nunca nos alimentamos tão mal! Obesidade, colesterol, hipertensão, doenças do nosso tempo. Sobre isto recomendo o documentário "Supersize Me" (no youtube tem e nas locadoras também"), uma denúncia fortíssima ao fast food. Imperdível.
Daí, começa-se a compreender de insegurança alimentar e nutricional não é só falta de ter o que comer. É se alimentar mal!! Vejam quantos de nós tem grana e se alimenta mal. É a vida corrida, para para almoçar e ou jantar é perda de tempo (e de saúde). A mídia nos bombardeia com pizzas, embutidos, doces, ..

Um dos enfoques que mais me atraem no conceito de SANS é a questão da "cultura alimentar", o respeito a diversidade cultural e social. Ela nos remete a questão de que o hábito alimentar e expressão autêntica da cultura de um povo. Então fique tranquilo, que aquele fígado com jiló do mercado central, ou troperão do Mineirão, ou o pastel de angú de Conceição do Mato Dentro, a couve com angú da nossas avós, e muitos outros, são concretamente manifestações de nossa identidade. Assim, comê-los e celebrar a convivência em comunidade é um "ato político", e não só um ato de alimentação do organismo humano. Da mesma forma, que comer no Mac Donald's é também um ato político. Sem discurso planfetário, onde a retórica vale mais que o cotidiano, não tenho um posicionamento maniqueista, mas afirmo que está clareza do ato político da da alimentação é relevante e é bom que estejamos conscientes.
Então deixo perguntas no ar:No que, através do nosso hábito de consumo, interferimos na fome do mundo? Comer é mesmo um ato político? Você apoia José Bové, quando ele propõe quebrar Mac Donald's pelo mundo? Política é política, mas um belo hamburguer com coca cola tem seu lugar? Quando você come aquele torresminho de barriga com uma bela cachaça de Salinas, você está convicto que está mantendo a identidade de um povo? Ou quando você come um frango com quiabo? E a costelinha com orapronóbis?Agora eu fecho aqui: melhor a fome de cultura, do que a cultura da fome do atual modelo de desenvolvimento do nossa civilização, não é mesmo??? O Consumo é poder. O que você tem feito por isto???

sábado, 26 de julho de 2008

PARABÉNS MICK JAGGER

Dia 26/07/08 , Sir Mick Jagger, isto mesmo, Sir, desde que recebeu o título de cavaleiro britânico em 2003, completou 65 anos e, de acordo com as leis inglesas, adquiriu o direito de se aposentar e receber uma pensão básica, de quase 91 libras semanais, o equivalente a R$285,00 , para somar à sua fortuna, estimada em cerca de 225 milhões de libras, o bastante para alimentear seus 7 filhos e 3 netos.



Independente de a toda polêmica que Mick Jagger possa causar, seu nome está gravado para sempre na história do rock´n roll. Seu papel, como vocalista dos Rolling Stones, criou uma marca que serviu e serve, até hoje, de parâmetro para qualquer jovem, que não tenha nada mais a fazer, a não ser cantar em uma banda de rock´n roll.


Junto com Keith Richards, os Glimmer Twins, formaram uma das duplas mais famosas da música popular mundial, mas, como toda boa relação, nem sempre tudo foi um mar de rosas.

Em 1985, Mick Jagger gravou seu primeiro álbum solo "She´s The Boss" e esteve no Brasil para gravar o clipe da música "Just Another Night".








Mesmo se o rock errou, vida longa para ele, pois, pelo menos, ele tentou.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

EVOLUÇÃO - CORPOS GIRANDO PELO UNIVERSO


Este Post era para ser um comentário, em resposta ao comentário do Markim sobre o Post "Jung e a Busca Pela Inovação", mas estava ficando tão longo que resolvi colocá-lo como um novo Post.

Para iniciar gostaria de pontuar algumas questões.

A afirmação sobre evolução carece de uma definição mais clara. Para mim o ser humano é um ente muito complexo, com infinitos vetores, apontando para diversas direções. O que forma nossa personalidade não pode ser explicado somente em um âmbito, o material, o sentimental, o mental, por exemplo, assim, quando falamos de evolução, é necessário estar ciente de que falamos, em geral, apenas de alguns vetores, ser evoluído materialmente, tecnologicamente, não significa ser evoluído sentimentalmente, socialmente, culturalmente, assim, acredito que uma comunidade pode ser extremamente evoluída tecnologicamente e pouquíssimo evoluída artisticamente, por exemplo. Pode parecer bobagem, mas lidamos com estes conceitos o tempo todo, sem, às vezes, nos darmos conta. Trazendo para o âmbito individual, darei exemplos simples, uma pessoa com uma capacidade racional bastante elevada pode ser incapaz de tocar um instrumento musical, ou de contar uma estória e é muito comum criarmos pré conceitos de que uma pessoa bem fisicamente, está bem psicologicamente ou de que uma pessoa bem vestida e que tem bens materiais é mais competente no exercício de uma determinada profissão.

Como estes vetores são complexos e muitos deles não conseguimos explicar, somente sentir ou perceber, entramos em áreas aonde a crença e a fé passam a ter um papel muito importante, e não estou falando somente da fé religiosa, e é aí que muitas coisas se complicam, pois para sentir/perceber é necessário estar aberto a experiências, vivências, é necessário saber simbolizar e perceber símbolos. Se tentamos explicar e fundamentar os símbolos numa perspectiva racional, ficamos fechados, preconceituosos, fundamentalistas e perdemos o foco da vivência, que é o principal. Numa cultura que apostou muito na evolução racional, isto passa a ser uma marca muito contundente.

Em uma revista científica, vi um exemplo que ilustra nossa dificuldade em construir um modelo para nós mesmos. O artigo falava justamente da busca da ciência pela origem da mente e há um grupo de cientistas que acham esta busca improvável, pois, para eles, a mente se encontra em uma dimensão à qual não temos acesso, e exemplificam com a metáfora de uma máquina fotográfica, que gera imagens em duas dimensões, tentando gerar um modelo de si mesma, ela pode até gerar modelos bem próximos, com imagens em várias perspectivas, mas ela jamais conseguirá realmente ver a si mesma em três dimensões e só conseguirá modelos em duas dimensões.

Por isso tenho uma visão comedida em relação a alguns conceitos, como a reencarnação por exemplo. Acho que a possibilidade dela existir ou não é a mesma e chego a crer que, se não temos lembranças de vidas passadas, caso elas tenham existido, isto tem uma razão, talvez essa lembrança não seja o mais importante. Como a nossa alma, nossa personalidade, nossa mente, no sentido mais amplo, filosófico, não somente religioso, foi formada, não é o mais importante, mas quais são as necessidades dela, o que fazemos com ela, o que estamos buscando e como a utilizamos para construir algo, isto sim importa. Se ficarmos discutindo se Jesus Cristo transformou água em vinho ou não, andou ou não sobre as águas, multiplicou ou não os pães e os peixes, ressucitou fisicamente ou não, perdemos a mensagem de amor e despreendimento dele, que é, na verdade, o que faz ele estar presente e ser tão instigante até hoje.

Para mim, estamos longe de conseguir perceber o sentido desta vida, se é que ele existe. A falta deste sentido pode ser destrutiva, mas pode ser também altamente construtiva. Podemos ser mais despreendidos, mais generosos, mais fraternos, partilhar mais, construir relações de melhor qualidade e, no final das contas, construir nosso próprio sentido e viver mais e melhor, não só em quantidade, mas em qualidade.

Fácil né? Nenão! Romper as amarras da nossa alma é tarefa das mais difíceis e diria até das mais sofridas, principalmente porque falamos de infinitas sutilezas, o que escrevo aqui pode ser o oposto do que faço quando estou dirigindo ou discutindo futebol. Nossos vetores encontram resistências ou ecos nos vetores dos outros e, o que já era complicado, imaginem.

Mas dizem que "vale mais o viajar do que o destino".


Este Post foi escrito ao som de muita música boa, tocada aleatoriamente, vocês podem imaginar as suas.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Pink Floyd muito bem revisitado

Estava na praia de pernas para o ar tomando uma cervejinha quando ouvi uma música suave e irresistível que, apesar de ter a certeza de nunca ter ouvido, me soava estranhamente familiar. Fui perguntar à dona do quiosque o nome da banda que estava tocando. Ela disse que não sabia quem era, mas que eu poderia comprar o cd por R$ 5 na pracinha. Quando cheguei da praia fui direto a tal pracinha e qual não foi minha surpresa ao perceber que se tratava de um tributo ao Pink Floyd. Nunca gostei dos chamados “tributos” que sempre me pareceram uma espécie de tapeação. Mas estava enganado. É muito mais do que isso. Todas as doze faixas passaram por um fino processo de reestruturação e ganharam muito em charme e brilho com arranjos eletrônicos, bossa nova e um suave vocal feminino. É realmente uma experiência! A gravação é de 2002 e não se encontra muitas informações a respeito. Para aqueles que não tiveram a oportunidade de ouvir, deixo o link de uma das faixas para degustarem e tirarem suas próprias conclusões.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

NINE INCH NAILS NO BRASIL

O NIN divulgou em seu site oficial (http://www.nin.com/), as datas da Tour "Lights In The Sky" na América do Sul e confirmou que, no dia 07 de Outubro (quando estarei completando 42 anos bem vividos), tocará na Via Funchal em São Paulo e, no dia 10 de Outubro, tocará no Pepsi On Stage em Porto Alegre. Quem viu os shows de 2005, quando a banda esteve no Brasil, diz que é de tirar o fôlego.
No site está disponível um EP para download gratuito, intitulado "Lights In The Sky: Over North America 2008 Tour Sampler", com 4 músicas das bandas de suporte aos shows na América do Norte, "A Place To Bury Strangers", "Does It Offend You, Yeah?", "Crystal Castles", "Deer Hunter" e uma música do Nine Inch Nails "Echoplex", junto ao EP vem encarte, cartaz, fotos e wallpapers.
No site é possível também assistir a 3 vídeos, com performances ao vivo de ensaios, das músicas "1,000,000" (que ilustra este Post), "Letting You" e "Echoplex", retirados dos 5 vídeos presentes no "The Slip limited edition CD/DVD package".
O NIN tem um sistema interessante de pré venda de ingressos personalizados, para membros registrados no site, que tem o objetivo de colocar os melhores ingressos nas mãos dos fãs, ao invês dos cambistas, segundo divulgação no próprio site.
Assistam a reportagem do Metrópolis da TV Cultura sobre a banda.

Gosto não se discute!
















Fernanda Takai lançou há alguns meses um livro com a coletânea dos textos escritos em sua coluna no Estado de Minas. Sou suspeito para falar porque sempre fui apaixonado por ela e seu trabalho, desde os tempos em que não sabia que a menina era casada com o John e me deliciava com o beijinho fu a mim dedicado quando autografou minha versão em CD do "gol de quem?", orgulhosamente comprada na loja da Cogumelo na Avenida Augusto de Lima (faz tempo, hein?!?). Paixões adolescentes de lado. O livro é bem legal, leve de ler e tão encantador quanto a própria Fernanda. Li outro dia um de seus textos que me fez construir uma elaboraração sobre uma acirrada discussão musical ocorrida em minha casa outro dia. O texto diz de uma caixa com umas fitas antigas que a mãe dela encontrou em uma arrumação e lhe deu. Ela conta que ouvir aqueles K7s antigos fez sentir o mesmo vento na cara das viagens que fazia de carro com sua família e o gosto dos sanduíches e do chicabon das paradas. Lembra-se de como se sentia orgulhosa em elaborar suas próprias fitas para agradar a todos os passageiros e se regozijar com um elogio: "Nossa, adoro essa música!". Discutíamos nós sobre a genialidade ou não de coisas que gostávamos de ouvir, todas elas lançadas recentemente: Los Hermanos, Nine Inch Nails e As Chicas. Foi impressionante como esses artistas conseguiam emocionar apenas àqueles que os defendiam. Parecia literalmente uma conversa de surdos! Talvez pelo esquecimento do valor afetivo que a música tem e da singularidade das emoções despertadas por seus versos, riffs, harmonias e melodias. É amigos gosto definitivamente não se discute, mas se constrói às custas de alegria, sofrimento, paixão, ódio, rebeldia e sentimentos afins. No final éramos só quatro crianças querendo reconhecimento pela seleção de músicas que fizemos.

Um abraço.



Esse post dedicado aos amigos Júlio, Fa e Crisin foi escrito ao som mental de "A história de Lily Braun", música de Edu Lobo e Chico Buarque, interpretada por Gal Costa no albúm "O grande circo místico" e cuja letra, melodia e harmonia não me saíram da cabeça esta semana.