quarta-feira, 9 de junho de 2010

De las pelotas - em crise ou reformulando?





Em momentos de crise, prefiro sempre ficar calado pra não falar besteira. Mas o fim do torneio início do Brasileiro e a eminência do African Safari Cup me motivou a dizer um pouco a respeito das conclusões do curto, porém conturbado primeiro semestre futebolístico.
Primeiramente é necessário relembrar a tediosa final do maior torneio interclubes do mundo, a Champions League Européia. A esquadra Internazionale comandada pelo general Mourinho confirmou o título em Madrid ao vencer, com dois gols do argentino Milito, os bávaros de Munique. A partida foi apenas protocolar, pois o título italiano havia sido conquistado já nas semi-finais ao baterem o melhor time e o melhor jogador do mundo, o Barcelona e o pequeno Pulga.
Impressiona o talento do espetacular Julio César, o guerreiro imbatível Lúcio e o incansável e imparável Maicon pela direita (e tem gente que não enxerga talento na seleção brasileira). Chamou atenção também o vigor e o talento do volante Cambiasso, que mais merece ser chamado de motor Cambiasso, funciona como aqueles jogadores que não respeitam os limites táticos impostos e insistem em participar do jogo sempre. Lembra Sorín, lembra Verón, lembra Redondo e lembra também outros tantos argentinos, especialistas em gerar esses jogadores totais. Lembra também Zanetti, o histórico escudeiro interista, que passou crises, terremotos e outros cataclismas na região azul e negra de San Siro para triunfar no final de sua carreira como capitão e o jogador que mais jogou no time que venceu tudo na temporada, batendo os três melhores times europeus do último ano, Bayern, Chelsea e Barcelona, não necessariamente nessa ordem.
Confesso que, mesmo simpatizando mais com os rubro-negros em Milão, me emocionei com a imagem de Zanetti recebendo a taça de Platini, no Santiago Bernabeú. Parece que o único que não lembrou de Cambiasso e Zanetti foi o louco Maradona, que não chamou nem um nem o outro pra Copa, aliás nem um lateral de direito, vai entender.
Confesso também, mesmo preferindo Barcelona a Madrid, estar ansioso para ver os merengues madrileños comandados pelo melhor técnico do mundo. Realmente não consigo entender como um time pode ter Kaká e Cristiano Ronaldo, gastar mais de 200 milhões de Euros em tempos de crise e mesmo assim não conseguir ganhar absolutamente nada na temporada.
Voltando ao cenário nacional, o tabuleiro dos técnicos foi mexido e remexido, Adilson enfim chutou o balde e decidiu parar de tentar ajudar aqueles que não queriam ajuda. Ainda não decidiu seu destino, mas acho que no Palmeiras ou no Inter será mais valorizado. Temo pelo futuro dos celestes sem a estrutura tática do promissor treinador. Sem confiança, jogadores medianos podem se tornar mais piores, ou menos melhores, vai saber. Mesmo aos trancos e barrancos o time vinha fazendo uma campanha digna e com poucas mudanças podia ainda lutar pelo título ou pelo menos por uma outra vaga na Libertadores. O que sei é que o inseguro Cuca terá que se provar capaz de entender rapidamente os problemas da equipe e reestruturar o elenco. Um mês e meio parece muito tempo, mas sinceramente não sei se será o suficiente, ainda mais com o time em excursão pelos Estados Unidos.
O favoritismo apontado por esta humilde e esporádica coluna aos manos alvinegros se confirmou. Mesmo sem Ronaldo conseguiram fazer uma campanha de campeão, porém em sete jogos apenas, dependerá de como será depois da parada, se sairão jogadores com a abertura da janela de contratações européias, mas continuo acreditando que serão fortes concorrentes ao título, que só assim salvariam o amaldiçoado centenário. O Fluminense do sempre favorito Murici Ramalho apareceu como forte postulante, tem um camisa 10 que ninguém tem, um 9 que nem a Seleção tem e uma estrutura tática que vem se provando mais segura do que a do antigo comandante Cuca. No ano passado, algo parecido aconteceu lá pelos lados do Rio de Janeiro e acabou em título rubronegro.
Pra não falarem que não falei das rosas, o bicho tá pegando do lado alvinegro da lagoa da Pampulha. O campeão mineiro, que sonhava em terminar o torneio inicio entre os quatro melhores do campeonato, acabou no grupo dos quatro piores e pelo jeito a diretoria prefere mandar o elenco todo embora a questionar o aclamado pofexô Luxemburgo. Até concordo e já disse aqui que a base ruída do elenco montado por Celso Roth não serviria como suporte para um time vencedor. Mudanças são sim necessárias, mas não sei mesmo se o Vanderlei é o cara certo pra comandar essa ressurreição. Questões políticas e financeiras sempre falam muito alto quando o pofexô decide por esse ou aquele jogador. Os elencos formados por ele tanto no Palmeiras quanto no Santos são provas de que o senso critico de Luxemburgo e seu olho clínico para novos talentos já não anda assim tão apurado, a ver o resultado.
De resto, quero apenas dizer que acredito sim na Seleção brasileira, acho que o insuportável Dunga montou uma equipe extremamente competitiva, com um sistema defensivo muito forte, dois talentos diferentes e que jogam a vontade com a amarelinha, Kaká e Robinho, além de um dos jogadores mais decisivos do mundo chamado Luís Fabiano. Mas, é claro que tem um mas, o Felipe Melo realmente assusta, por sua postura malandra em uma posição de tamanha responsabilidade, tenho a convicção de que deixará o time na mão em algum momento importante do Safari. O Elano eu não consigo entender o porque de sua posição cativa na meia direita da seleção, tudo bem que ele bate faltas e escanteios muito bem, deve ser gente boa, amigo do Robinho e coisa e tal, mas é demais pra mim, o Daniel Alves precisa ser o titular em seu lugar, tá piscando o farol de quinta marcha pedindo passagem pro devagar atual camisa 7 da seleção. Só pode ser o parceiro de buraco do Jorginho, porque o do Dunga eu tenho certeza que é o Doni. Afinal de contas, sem sexo, vinho e churrasco só jogando muito buraco mesmo, não é Dunga? A ver.

Nenhum comentário: