sexta-feira, 14 de maio de 2010

De las pelotas – dos jogos eliminatórios e das partidas de pesos e medidas diferentes


Meados de 2009, quartas de final da Libertadores, noite fria de uma quarta feira de Maio. No Mineirão lotado entravam duas equipes disputando uma vaga para a próxima fase. De um lado os paulistas comandados por Murici, tri campeões nacionais, reforçados pela base desmontada dos tricolores cariocas vice-campeões da Libertadores de 2008. Do outro, os celestes que vinham de um bom Brasileiro e de mais um título regional. Fui ao estádio naquele dia com um grande receio de um jogo difícil, truncado, um típico São Paulo e Cruzeiro, como foram os últimos confrontos pelos nacionais passados (2007 – 1x2; 2008 – 1x1; 2009 – 1x2) e a opinião nacional era de favoritismo para o São Paulo. Deu no que deu e virou história.

De volta a meados de 2010, outra noite fria de uma quarta feira de Maio. Entrei no Mineirão lotado, porém desta vez, seguro de uma vitória certa, a saber de quanto. Foi mais um jogo brigado, difícil, truncado. No inicio, os paulistas conseguiram neutralizar a saída de bola dos laterais celestes. Jonathan estava em mais uma noite sonolenta e preguiçosa e o jovem esquerdo Diego Renan esteve em mais uma noite insegura, medrosa e titubeante. Junte-se a isso dois pontas rápidos como Dagoberto e Marlos, um cara inteligente e bom de bola como o Fernandão e uma zaga com um Qi somado de -32, deu no que deu. No entanto, vale dizer que a equipe caiu de pé. Pressionou durante todo o segundo tempo, criou chances de gol, martelou, a torcida apoiou, acertou travessão, as duas traves com um só chute, gol anulado por um bandeirinha cego, mas não conseguiu tirar o zero do placar. Acontece. Nas melhores famílias e nas piores com maior freqüência.

Incomoda a devoção de Batista ao trio de volantes. O apático Gilberto deveria ter sido o escolhido a sair e não o sacrificado lateral, que apesar da covardia conseguia equilibrar o sistema defensivo e impedir tentativas de contra ataques, temo pela Seleção se precisar utilizar Gilberto na lateral, não dá. OK optar por Guerron na ponta direita, abrir o ferrolho formado pelos três zagueiros, mas porque não abrir mão de um volante e dar lugar ao Roger. A bola rodava, rodava e acabava nos pés do previsível Paraná chutar para fora ou encima de um zagueiro qualquer. Apesar de tudo acho que o clube deve seguir seu rumo independente da classificação ou não. O Campeonato Nacional deve ser o fator de julgamento do trabalho de Adilson, mudar agora só traria instabilidade e perda de foco do planejamento feito para a temporada. Deve-se olhar para o fracasso imediato e identificar as deficiências técnicas da equipe, os chamados ovos podres que existem em todo lugar e trabalhar para evoluir.

Resta mais um confronto do tamanho de uma quarta de final da maior competição interclubes das Américas. Competição que reúne a elite dos clubes latino-americanos, elite da qual os celeste mineiros fazem parte com grande freqüência desde a primeira Copa do Brasil conquistada no início da década de 90.

No maraca, o barraco esperado. Porém vale lembrar pra aqueles que não estão muito acostumados com copas, que são dois jogos. Acredito que fora do caldeirão carioca os imprevisíveis urubus podem sim conseguir uma vitória no Chile e mais uma vez surpreender. Lembremos. Funkeiros, cachaceiros, barraqueiros, mas Campeões Brasileiros.

Quanto aos colorados, ganharam a primeira batalha, conseguiram bater o batalhão argentino Campeão da América no Beira-Rio, não sofreu gols, mas vai ter vida dura no outro lado da fronteira portenha. Vão ter que buscar ao menos um gol fora de seus domínios para se safarem deste árduo confronto.

Na Copa do Brasil, talvez o melhor jogo da temporada. Dizem que o sábio Silas pirou o cabeção e colocou os imortais gaúchos em um estranho 3 5 2, com Hugo de ala esquerdo tentando dominar o meio campo e acabar com a brincadeira dos muleques. O que se viu foi um baile dos pequenos peixes, confusão nas saídas de bola, dois gols no inicio do jogo. Consertou a cagada, virou o jogo comandado pelo bravo Borges espetacularmente, mas como na fase anterior quando os santistas conseguiram um salvador gol no canteiro dos campeões do gelo, tento este que acabou definindo o confronto no somatório dos resultados, os meninos acharam o 4 a 3 que pode dar maior tranqüilidade ao confronto de volta. Ainda aposto minhas minguadas fichas nos gaúchos. A ver.

Na chave dos azarões os goianos conseguiram uma vitória simples e irão pra Bahia com a meta intacta. Jogos no Barradão são sempre estranhos e de muitos gols, o Atlético de Goiás não costuma tomar gols e tem cada vez mais cara de zebra vencedora de Copas. Gostaria de ver os baianos na final, daria um tempero diferente a disputa.

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