segunda-feira, 5 de maio de 2008

SIMBOLIZAR, SIM BLOGALIZAR, GLOBALIZAR


Será que, se os deuses do Olimpo ainda fossem adorados, o povo frequentasse as tragédias, Sócrates fosse relegado ao esquecimento e o Iluminismo não triunfasse, estaríamos mais tranquilos?
Será que somos o estágio mais avançado da humanidade, o ponto aonde a Ciência está prestes a decifrar o código da vida e, finalmente, nos libertar de toda a angústia?
O fato é que a Ciência, através da tecnologia, nos presenteou com muitas ferramentas fantásticas, apesar dos efeitos colaterais, que ela falhou em prever, pelo simples fato de se colocar em uma posição maior do que realmente é, uma excelente fabricante de ferramentas.
Os povos antigos não eram assim tão "arcaicos". Fico surpreso, como iluminista arrogante que já fui e do qual ainda guardo muitos trejeitos, de constatar que eles tinham uma capacidade imensa de simbolização, por isso nos deixaram tantas estórias, para sentir. E ainda continuamos atrás da História, para explicar.
Então vamos "blogar", vamos juntar o arcaico com o novo, vamos sentir e elaborar, vamos jogar conversa fora na Internet, já que estamos cada vez mais sem tempo, por causa das invenções para economizar tempo.

7 comentários:

Admin disse...
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Marcos Jota disse...

Penso que a questão não está apenas condicionada ao estágio civilizatório ou à ciência decifrando a ou b. O estágio mais avançado da evolução é também individual e atemporal ! Imagine..., na sua era, cada um teve e ainda tem a oportunidade de desenvolvimento, superação de limites e de transcedência. O ser humano sempre foi brilhante...Não vou citar, mas cada época teve uma figura, que se superou e foi além... Da mesma forma que sempre houve a mediocridade. Então não é devido à ciência ou ao conhecimento. Prefiro entender que cada um tem seu ciclo. Todos teremos oportunidade de chegar lá ou de experimentar pelo menos um momento sublime de transcendência... não condicionado pela ciência, tecnologia...

Júlio Costa disse...

Com certeza, velho Marcos, porém o coletivo é fundamental para a transcendência. Acho inclusive que a transcendência só faz sentido, se acompanhada de uma interferência no coletivo, senão seremos só passageiros. A proposta é justamente esta, usar as ferramentas que temos, para tornar a viagem mais prazerosa, ou no mínimo, menos angustiante.

Marcos Jota disse...

Quando afirmei o aspecto individual, não pregava o individualismo, marca do nosso tempo.
Não tenho dúvida que somos passageiros. Porém, como tal podemos deixar as marcas. Somos sujeitos históricos e deixamos nossas obras nesta passagem. É aí que interfirimos e somos afetados pelo coletivo. É a velha máxima: somos parte do todo e o todo e maior que a soma das partes.
O que tentei dizer é que toda esta parafernália tecnológica é do nosso tempo, é o nosso contexto histórico. Usamos estas ferramentas hoje, como os Romanos (por exemplo) usaram as deles na época de seu império. O humano é que permanece e resiste. Os dilemas existenciais também. Diferentes é claro, o contexto é outro, mas eles estavam lá e estão aqui! A busca de da evolução parte do individual para o coletivo, de dentro para fora. Assim, (exagerando muito para provocar o debate!!!) de pouco vale a globalização e ferramentas tecnológicas e tudo que elas nos oferecem de possibilidades, pois não damos conta da nossa nossa casa, do nosso quintal. Os nossos problemas e desafios estão aqui na nossa frente... Só podemos transformar a sociedade a partir da nossa mudança local, se não é retórica, é alegoria...

Anônimo disse...

Quero saber sobre sobre música!!!
ticinha

Júlio Costa disse...

Anônima Ticinha,
Pera lá, num empurra não!
Já estamos preparando surpresas relacionadas à música e outras milongas mais!

Júlio Costa disse...

Velho Marcos,
Concordo com tudo, só quero sublinhar que "interferimos e somos afetados pelo coletivo". A coisa é dinâmica, não é só a mudança interna que provoca o externo, o externo também provoca o interno e é aí que cada tempo tem sua particularidade e, se não tivermos um senso coletivo de desejo de caminhar, fica muito difícil navegar sozinho. Por isso se (des)encontrar e debater é necessário, utilizando as ferramentas de nosso tempo, melhor ainda. Mudar de dentro para fora, sem um ponto de ressonância, é muito mais difícil do que possa parecer.