Fernanda Takai lançou há alguns meses um livro com a coletânea dos textos escritos em sua coluna no Estado de Minas. Sou suspeito para falar porque sempre fui apaixonado por ela e seu trabalho, desde os tempos em que não sabia que a menina era casada com o John e me deliciava com o beijinho fu a mim dedicado quando autografou minha versão em CD do "gol de quem?", orgulhosamente comprada na loja da Cogumelo na Avenida Augusto de Lima (faz tempo, hein?!?). Paixões adolescentes de lado. O livro é bem legal, leve de ler e tão encantador quanto a própria Fernanda. Li outro dia um de seus textos que me fez construir uma elaboraração sobre uma acirrada discussão musical ocorrida em minha casa outro dia. O texto diz de uma caixa com umas fitas antigas que a mãe dela encontrou em uma arrumação e lhe deu. Ela conta que ouvir aqueles K7s antigos fez sentir o mesmo vento na cara das viagens que fazia de carro com sua família e o gosto dos sanduíches e do chicabon das paradas. Lembra-se de como se sentia orgulhosa em elaborar suas próprias fitas para agradar a todos os passageiros e se regozijar com um elogio: "Nossa, adoro essa música!". Discutíamos nós sobre a genialidade ou não de coisas que gostávamos de ouvir, todas elas lançadas recentemente: Los Hermanos, Nine Inch Nails e As Chicas. Foi impressionante como esses artistas conseguiam emocionar apenas àqueles que os defendiam. Parecia literalmente uma conversa de surdos! Talvez pelo esquecimento do valor afetivo que a música tem e da singularidade das emoções despertadas por seus versos, riffs, harmonias e melodias. É amigos gosto definitivamente não se discute, mas se constrói às custas de alegria, sofrimento, paixão, ódio, rebeldia e sentimentos afins. No final éramos só quatro crianças querendo reconhecimento pela seleção de músicas que fizemos.
Um abraço.
Esse post dedicado aos amigos Júlio, Fa e Crisin foi escrito ao som mental de "A história de Lily Braun", música de Edu Lobo e Chico Buarque, interpretada por Gal Costa no albúm "O grande circo místico" e cuja letra, melodia e harmonia não me saíram da cabeça esta semana.
Um abraço.
Esse post dedicado aos amigos Júlio, Fa e Crisin foi escrito ao som mental de "A história de Lily Braun", música de Edu Lobo e Chico Buarque, interpretada por Gal Costa no albúm "O grande circo místico" e cuja letra, melodia e harmonia não me saíram da cabeça esta semana.
3 comentários:
Lendo o livro da Fernanda Takai e adorando sua simplicidade deliciosa para contar "causos". Valeu a dica.
Abraço,
Rafael
Olá amigo, há quanto tempo não te vejo por aqui!
Tenho achado que os delírios também não se discutem.
Se me lembro bem da discussão acirrada que houve em sua casa, o calor não veio exatamente pela defesa surda dos gostos musicais, mas por questões mais técnicas (ou alcoólicas), como "o significado do 4 como denominador do compasso na pauta", o que aliás me lembra que estou precisando cobrar uma aposta, coisa que minha avó costumava aconselhar a não fazer - "duvide, mas não aposte", dizia ela - mas que, no calor daquela discussão, não pude evitar.
Prá finalizar, devo informar que sobrevivi à sessão "Los Hermanos" de tortura e lavagem cerebral.
Abraço!
bom trato de um fino texto.
e não se discute, o meu gosto é melhor do q o dos outros...rs
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