terça-feira, 26 de maio de 2009
RENDIÇÃO
PALAVRA (EN)CANTADA
O documentário "Palavra (En)cantada" de Helena Solberg é uma ótima dica para quem gosta de música brasileira e, principalmente, das letras de músicas brasileiras.
O assunto fica longe de ser esgotado em um documentário de apenas uma hora e meia, mas, com depoimentos bem descontraídos, que vão de Chico Buarque a B Negão, passando por Adriana Calcanhotto, Antônio Cícero, Arnaldo Antunes, Ferréz, Jorge Mautner, José Celso Martinez Correa, José Miguel Wisnik, Lirinha (Cordel do Fogo Encantado), Lenine, Luiz Tatit, Maria Bethânia, Martinho da Vila, Paulo César Pinheiro, Tom Zé e Zélia Duncan e cenas antológicas de outros importantes artistas de nossa música, a diretora consegue construir um painel bem rico da nossa música, sem ser tendencioso para algum estilo, mostrando a riquesa de nossa língua e como foi construída uma tradição da palavra cantada em nosso país.
O documentário vai além da mera discussão se as letras de música são poesia ou não, passa por este tema, mas, ao final, é possível concluir que, mesmo que não consideremos as letras de música poesia, elas têm um papel artístico próprio, construindo, com a sonoridade particular das palavras na língua portuguesa, uma forma de expressão muito rica, que influenciou várias gerações e construiu uma dimensão cultural própria, em vários estilos musicais.
Para mim, este documentário teve o papel de despertar mais a curiosidade sobre o tema e me ajudou a compreender o encanto que a palavra musicada sempre me causou.
Imperdível para quem se interessa pelo assunto.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Que é loucura?
Que é loucura: ser cavaleiro andante
ou segui-lo como escudeiro?
De nós dois, quem o louco verdadeiro?
O que, acordado, sonha doidamente?
O que, mesmo vendado,
vê o real e segue o sonho
de um doido pelas bruxas embruxado?
(Carlos Drummond de Andrade)
terça-feira, 19 de maio de 2009
THE WHITE STRIPES - ROCK'N ROLL EM LISTRAS BRANCAS, VERMELHAS E PRETAS
E o Rock'n Roll? Morreu ou não morreu?
Para alguns, mais exigentes, aquela música que embalou a rebeldia, que teve o seu auge no final dos anos 60, e que mudou para sempre o mundo, mesmo que o sonho não tenha se realizado por completo, não existe mais. Para outros, mais desatentos, qualquer guitarra distorcida e rápida pode ser traduzida como Rock'n Roll.
Na minha opinião, nenhum dos dois está totalmente certo ou errado. Quando alguns garotos brancos se apaixonaram pelo som negro, tocado nos guetos, e que falava de temas proibidos nas tradicionais famílias puritanas, como sexo e drogas, uma revolução se iniciava. Hoje em dia não temos noção do conflito de gerações que aquela música sensual e libidinosa gerou. Em nossos dias podemos encontrar pais se vestindo e tendo atitudes mais irreverentes do que os próprios filhos, mas, se olhamos entrevistas e vídeos da época, é possível observar o abismo que separou aquelas gerações.
Mas, como o mercado transforma tudo em produto de consumo, logo a rebeldia passou a ser um produto a venda nas melhores lojas do ramo e, hoje em dia, é muito difícil separar o joio do trigo.
Porém, de tempos em tempos, a angústia da juventude consegue ser traduzida por algum grupo de jovens inconformados.
Em tempos de globalização que, antagonicamente, cria tribos cada vez mais diversas, está cada vez mais difícil encontrar traduções mais unanimes desta angústia e o mercado está cada vez mais voraz. Outro dia, só para ilustrar, vi uma capa de revista de moda, que estampava a manchete: "Grunge Com Glamour", fiquei boquiaberto e sem palavras com tamanha incoerência.
A música também mudou muito, as diversas influências e contribuições de tantas culturas fez com que o Blues e o Country, principais ingredientes do Rock'n Roll do início dos tempos, ficassem tão diluídos que, em alguns momentos, quase não é possível reconhecê-los.
Vou render uma homenagem hoje a uma dupla que alimenta o aparelho de respiração artificial do Rock'n Roll.
A primeira vez que tive contato com o White Stripes, de Jack White e Meg White, foi através do vídeo de "Jolene", não gostei de primeira, achei o guitarrista meio afetado demais e o som e atitude me soaram meio "modernosos". Depois, quando eles vieram ao Brasil e tocaram em Manaus, achei interessante a entrevista dos dois (na verdade só o Jack White falava), percebi uma ironia, que sempre me atraiu no Blues e no Rock, e que, há muito tempo não encontrava. O jeito excêntrico dos dois também me atraiu. Era um excentrismo que, ao invés de afastar, como o praticado em nos dias atuais, atraía e fazia um chamado a um olhar diferente para o mundo, como uma brincadeira de criança. Logo em seguida, ao entrar na Internet, ví o chamado para a audição do, então recém lançado, "Icky Thump" da dupla, fui conferir o trabalho e, atraído pelo título da música, ouvi "Catch Hell Blues", tomei um soco na cara e, atordoado, ouvi todo o restante. Fiquei impressionado com a sonoridade, que me lembrou muito trabalhos dos anos 70, como Led Zeppelin. A guitarra de Jack White, um virtuose no bom sentido, logo me seduziu, e saí em busca de mais informações. Descobri um garoto de Detroit que se apaixonou pelo Blues e pelo Rock'n Roll e logo se tornou um virtuose, com sua maneira de tocar e sua presença de palco. Jack encontrou em Meg um suporte perfeito para sua maneira de tocar e se apresentar. Eles chegaram a se casar, mas, aparentemente, só o casamento musical é que perdurou, com algumas interrupções, Jack, por exemplo, tem um trabalho paralelo com o grupo "Raconteurs".
As histórias são muitas e talvez mereçam um novo Post, por enquanto, para quem ficou curioso, recomendo uma passagem no site da dupla (http://www.whitestripes.com/) que é muito criativo e cheio de simbologias. No site é possível assistir a todos os vídeos oficiais, extremamente criativos, da dupla. Para finalizar, por hoje, fiquem com uma amostra de "Catch Hell Blues" ao vivo (apesar da legenda informar "300 M.P.H. Torrential Outpour Blues", outra música).
Moinho de pensamentos livres intangíveis - Pra quem o é
Como um certo brilho que cintila apenas para determinada íris que o vislumbrou.
Como só se conhece o cheiro aquele que já se enumbriou em tal aroma.
Contos dispersos decifrados e codificados por repetidas vezes, na empoeirada estrada do tempo. Porém, vindos de quem?
Qual foi a do aquele que esteve ali?A do aquele que pirou pela primeira das primeiras? Que sentiu o tremor nos próprios tímpanos?
Nunca mais será?
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Los Porongas
Aqui a vai o link para baixar o primeiro e único disco dos caras, além do single lançado pela trama virtual 'Retrato calado':
http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=66346
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Moinho de pensamentos livres intangíveis - Sobre aquele que tudo podia - Parte 02
Após semanas embriagantes, aquele que tudo podia chega em sua nova casa que parecia com tudo que sempre desejou de uma moradia.
Uma porta deslumbrante se apresenta em sua frente, deslumbrado leva a mão à maçaneta, porém, antes mesmo de alcançá-la, a porta se abre e de trás dela aparece uma linda mulher que o recepciona com o mais simpático e delicioso sorriso.
Após se satisfazer de todas as formas possíveis e imagináveis, resolveu se encostar em seu perfeito sofá e repousar. No primeiro encostar de pálpebras, caiu em sono profundo, entretanto não sonhou, apenas um sono escuro que se prolongou até o primeiro desejo de despertar.
Acordou e ainda sonolento lhe veio à mente a imagem daquele velho homem enrugado, do qual tinha herdado seu novo e precioso dom. Desejou entender porque alguém que tudo podia estaria tão velho e enrugado, porque não desejou ficar mais jovem, mais bonito. Demorou um pouco mais de instantes, mas seu desejo se realizou.
Caiu em depressão profunda pelo peso do saber.
Saber que todos os desejos que se realizam alteram de alguma forma o sujeito que os desejou, até o momento em que o mesmo não distingue mais aquilo que o identificava.
Saber que quanto mais desejos realizados acumular, mais sua personalidade se fragmentará, até o momento em que nada mais vai desejar e, consequentemente nada mais o satisfará.
Saber que o tudo poder é um fardo que nem mesmo o mais sábio e habilidoso mortal pode lidar.
domingo, 10 de maio de 2009
VIDA (para além da cortina...)
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Extra! Extra! Pato Fu! Muito legal!
"É o conteúdo inteiro de um DVD, disponibilizado de graça. São mais de 150 minutos de documentários de turnê, versões alternativas das músicas do Daqui Pro Futuro, videoclipes, "Música de Bolso" em episódios inéditos e muito mais. Basicamente é um DVD só de faixas bônus, sem conteúdo principal... colocado online! Há também a opção pra quem quiser baixar (também de graça) tudo em seu computador ou mesmo comprar o DVD "físico" pra assistir em alta definição. O DVD será vendido somente em nosso site e na lojinha de shows, ou seja, é um genuíno ítem de colecionador."
Muito legal mesmo, tanto os videoclipes, bem como todos os vídeos, ambos muito simples quando o quesito é investimento e equipamento e, por outro lado, muito complexos na concepção artística.
Recomendo todo o trabalho, mas especificamente as sessões lições da estrada e fake demos. Você vai ter a oportunidade de ver o punkmetalfloydrose John tocando piano e o batera tocando violão e curtir a sempre simpática Fernandinha em momentos intimistas.
É muito bom ser fã do Pato Fu! Mais uma aulinha pra quem tem banda.
link:
http://www.patofu.com.br/extra/
terça-feira, 5 de maio de 2009
FAZER 30 ANOS
(13.10.85)
O texto acima foi extraído do livro "A Mulher Madura", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1986, pág. 36.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Instiga
para baixar o disco gratuitamente vai o link disponível no myspace e no site do instiga:
http://www.instiga.com/tenhoumabanda/
o endereço do myspace que vale a pena ser visitado pelo clip e pelos vídeos ao vivo (é sempre bom ver uma banda mandando ver pra saber de qual é):
http://www.myspace.com/instiga